quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

ELMA + AUTO - Centro Cultural São Paulo - 17 janeiro 2015

A quem interessar possa, é início de madrugada e minutos antes de adormecer para recompor as energias e começar a semana “no grau”, estou ouvindo “Fantômas” para dar uma “vibe” enquanto teço alguns breves comentários sobre o show das bandas Elma e Auto, que rolou sábado no Centro Cultural São Paulo.

Aos que desconhecem o Elma, eu arriscaria dizer que podemos localizá-los como uma banda que partiu da mesma árvore genealógica que o Black Sabbath, caso o Ozzy não existisse.
O instrumental dos caras é pesado, e muitas vezes a bateria parece dar o tom e ser o carro chefe que direciona os demais passos (ou seriam dedilhados, grooves e riffs?) dos demais instrumentistas.
O Elma na verdade é um convite ao inusitado, ao fora do lugar comum, se revelando muitas vezes como uma passagem pra outra dimensão sonora e artística, provocando a quebra de muitos tabus musicais.
ELMA ( Foto do cel por Luís Perossi)

Mas pode ser que você assista um show deles e não ache nada disso também, vai saber, né?
Cada um é cada um, já dizia Thaíde e DJ Hum, filhão!
Depois do não menos que fantástico Elma, tivemos o não menos provocador e brisante Auto. Vale lembrar que essas bandas são do cast da Submarine Recs, do eterno 13ta Fred. O Auto conheci numa das coletas da Submarine, aliás, isso no século passado, vai vendo...
E eu NUNCA tinha visto os caras tocando. E posso dizer que me arrependo de não ter visto eles antes. O show do Auto é carregado de nuances desconcertantes, e segue a linha instrumental também, podendo ser chamado de post-rock, post-moderno do post-futurista e qualquer rótulo que todos (ou grande parte) os que escrevem sobre música, imploram. Na verdade, rotular é desnecessário, ainda mais no caso desses caras.
AUTO ( Foto do cel por Luís Perossi)

Mas eu diria que o Auto é uma viagem que inclui ao invés de vocais, grunhidos que remetem ao sofrimento da alma do ser humano, do moderno ao primata. É como se os caras dissecassem a música em milhões de partes e fossem costurando, reconstruindo, destruindo de novo, e assim sucessivamente.
É o tipo de show que você entra em introspecção e processo de reflexão, e que cairia muito bem com uma dose extra de cafeína.

Se não conhece e gosta de umas paradas experimentais, se jogue que é choque certo. 

2 comentários:

você ja bebeu seu café hoje?