sexta-feira, 20 de abril de 2012

Nova Edição do Fanzine começa a circular: saiba como, onde e motivos.

Meses atrás iniciei um projeto apenas com ilustrações relativas ao café. Pensei que não iria vingar. A ideia surgiu porque o Carlos Dias ( artista multimídia aka ASA) me enviou inesperadamente, uma ilustração com os dizeres "meus amigos bebem muito café". Achei que era um "chamado" e resolvi apostar numa vertente que  muito me agrada na cultura alternativa e artística: a ilustração e toda verve do estilo street art, colagens e tal. Não quis fazer algo só meu e usar o desenho do Dias como capa.Perdi a vergonhatimidezousejalaoq e entrei em contato com o Flávio Grão, presença marcante na cena zineira e que tempos atrás havia me enviado o excelente "zinismo", uma espécie de Dream Team  relativo à cena do fanzine e underground. Foi a partir dalí que a porra toda desenrolou. Grão me apresentou Geo ( talento absurdo esse cara), que me apresentou Jaja Felix (sem palavras, talento e esforço  total) que trouxe Matheus Quinan e aí quando percebi, já tinha uma galera envolvida. Desde  o querido Nenê Altro, até o Heder Honório, que toca comigo na banda Cannibal Coffee, a Jessica Nakaema, que  faz o zine No make Up Tips , e o Daniel Hogrefe. Agora o fanzine ta aí, já circulou pela zona leste de São Paulo, atinge o mundo pela internet, e logo chega na caixinha de correio de alguns . Não tenho nem como agradecer a todos os envolvidos, o espírito de coletividade e amizade que se desenvolveu por meio de uma parada dessas não tem preço.
Veja, baixe, dissemine, imprima, entre em contato para trocas, ideias e  faça parte, IS WE!

http://issuu.com/jarlanfelix/docs/mabmf2012
http://www.mediafire.com/?w1999ttlrznma8w
Luís Perossi xcafeinadox@hotmail.com

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Livros independentes para pessoas não manipuladas.

Hoje falarei a respeito de literatura. Uma vertente alternativa da literatura em 4 livros que  opostos uns aos outros encontram na produção independente e em algumas temáticas poéticas, introspectivas, e por vezes, contestadoras, diálogos e elos de ligação.

Seguindo a porta arrombada pelo grande escritor Ferrez, que disseminou a literatura marginal em todos os poros da sociedade, atingindo inclusive a camada burguesa, uma das melhores leituras que fiz recentemente foi o livro #POUCASPALAVRAS (Sim, com esta grafia) do cantor, compositor, integrante do grupo de Rap Inquérito e professor @RENAN_INQUÉRITO. Com luz própria, sacadas geniais e criativas na produção de toda obra, Renan utiliza o contexto atual abordando linguagens referentes ao twitter, haicai, ilustração e fotografias, onde o embasamento nas críticas sociais apontadas em seus escritos demonstra a indignação e a voz de quem sabe do que está falando. Nada em #POUCASPALAVRAS é aleatório, o livro divide-se em 4 capítulos, e a intensidade de palavras vai aumentando gradativamente.Ha ainda ilustrações de Mundano e fotos de Márcio Salata.

Do universo do Rap e contestação poética, vamos saltar ao inferno e também à poética introspecção humana. O segundo livro de Nenê Altro, agitador cultural do underground nacional e membro de bandas seminais do punk e hardcore nacional, traz uma temática pesada, onde a carga emocional transparece de maneira tão poucas vezes vistas.  “O diabo sempre vem pra mais um drink” soa como um diário de uma pessoa que envolvida nas próprias crises, escreve como quem sangra ou vomita e precisa disso para sentir-se vivo. Referências poéticas, musicais, uma áurea “Mal de Caim” e os momentos mais darks do “Dance of Days”, permeiam toda  a leitura.
Não há como não se identificar e ficar um tanto quanto pensativo ao ler.

Ainda no rock, o também cantor que fez bonito a frente do grande 365, Carlos Finho traz em “Poemas de Combate”, toda essência de um ser que possui a cidade de São Paulo em seu sangue e em sua poesia. Longe de ser algo bairrista ou regionalista, é apenas uma constatação de alguém que cresceu ouvindo o hino da cidade mais cosmopolita do país. Há metalinguagem, há poesia pura e simples, complexa, há figuras de linguagem, e há sim criticas sociais, não tão diretas, mas que percebidas nas entrelinhas, causam em quem lê uma total perplexidade e o sentimento daquela chama juvenil queimar dentro do peito oposta ao comodismo do senso comum.

Encerrando, em “Poesia Hardcore”, o músico e professor Eduardo de Febo transparece sua visão de mundo ao longo de 88 páginas, onde há sonhos, amor, postura rock and roll, um pouco de Oscar Wilde, atitude, descontentamento, sentimentos que se entrelaçam com a paisagem do contexto no qual os poemas foram produzidos (citações de bairros como Mooca e São Mateus, lado leste de SP, rapá!) e mostram a veia hardcore e rebelde de quem escreve sobre o viés da liberdade.