domingo, 26 de outubro de 2014

GARAGE FUZZ, BULLET BANE, RAWFIRE E BLACKJAW- FUZZ FEST SP- 24/OUT/2014 - HANGAR 110

Acordei feliz, pensando: ''Bah, finalmente é sexta-feira, dia mundial da felicidade proletária!".  Até veio na mente um outro pensamento a seguir: "Se fosse no livro do Orwell, provavelmente eu seria punido, a polícia do pensamento me tacharia de revolucionário/revoltado de esquerda, pelo pensamento anterior"... É meu caro, em vésperas de eleições onde as pessoas vomitam qualquer fanatismo sem ao menos refletir, tais pensamentos não são delírios... divagações, máxima da minha vida desde sempre.

Mas o que faria a sexta-feira tão mais interessante é que eu estava praticamente livre do trabalho no fim de semana ( sim, eu merecia descansar após uma semana nível hard de labuta), e principalmente que eu iria mais tarde à casa de shows que confesso, é minha preferida há quase duas décadas: Hangar 110.
BLACKJAW
Mais uma vez, rumo ao metrô Armênia, e dessa vez, o trânsito tenso rumo ao Tatuapé me propiciou a audiência de conversas que eu jamais gostaria de ter presenciado. Mas isso não vem ao caso, certo? 
Retomando, o palco do Hangar 110 teve a presença da nova geração de bandas que investe na pegada mais melódica do punk e hc, com o encerramento da banda "mãe" desta escola rockeira, digamos assim. A edição paulistana do FuzzFest, organizada pelo seminal GARAGE FUZZtrouxe além dos anfitriões do rolê, as bandas BULLET BANE, RAWFIRE e
BLACKJAW. 
Precisa dizer que foi foda? 
Então tá dito. 
RAWFIRE
Rawfire e BlackJaw, que abriu a noite, fizeram shows rápidos e empolgantes, pra fã de hardcore predial nenhum botar defeito. 
Curti muito o Bullet Bane, achei diferente do que eu havia escutado, não acompanho muito a banda e confesso que com esse show fiquei bem curioso, principalmente pela pegada dos caras que mistura diferentes elementos e agregam tudo num som que mostra uma identidade própria da banda. 
BULLETBANE

Após o final apoteótico do Bullet, os mestres GARAGEFUZZ chegaram na humilde, na melhor vibe do mundo e levaram o Hangar 110, lotadaço, a dançar, pular, moshar e se bater, a cada música executada.o START veio com a explosiva "Dear Cinnamon Tea".
Farofa sempre simpático, como toda banda, se divertia e mostrava o motivo pelo qual a banda tem tanto respeito e carinho do público: humildade.
GARAGE FUZZ
Registrei (na humilde também) alguns momentos do show, com minha podre câmera do celular. Como moro na perifa e se perdesse aquele trem que sairia as onze horas, e outro só amanhã de manhã, vazei logo após o clássico Rocking Chair, mas levei comigo a certeza de que aquele havia sido mais um dos shows históricos do hardcore brasileiro, pra se guardar no coração. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

SANTA MUERTE/ MANGER CADAVRE?/ RATAS RABIOSAS/TRASSAS -12 de outubro de 2014 - Morfeus Club - São Paulo

Num domingo dos mais quentes , partimos rumo ao Morfeus Club, lugar simpático bem próximo ao Metrô Santa Cecília,  onde rolaria o LADIES COMMAND, fest só com bandas de mulheres ou com alguma mulher entre as integrantes.

Não pude ver todas as bandas, o que foi uma pena. Assim que cheguei começava a rolar o SANTA MUERTE, trio que investe naquele thrash metal oitentista, com influências do SEPULTURA. Além dos sons próprios, as gurias mandaram ver alguns covers dos já citados SEPULTURA. Fiquem de olho nessa promissora banda! De quebra, mandaram um novo som, chamado 'Circle Pit'.

Na sequência, não pude deixar de me lembrar dos shows que vi do extinto BULIMIA. A semente deu frutos, e no contexto atual, eu diria que floresceu a banda RATAS RABIOSAS.
       
Com atitude punk e feminista, fizeram um ótimo show, gostei muito das letras e do som. Na banquinha de merchan tinha um zine de graça onde há um pouco das ideias e das letras, com destaque para a sensacional 'Kings é o caralho" e seu belo refrão:
" As mina vão bater de frente/ Não nos diga o que fazer/ Machistas, covardes, vão todos se fudeeeer". Rolou um cover também, do RDP,  o clássico F.M.I.

Ainda teríamos pela frente mais duas bandas. O MANGER CADAVRE? , lá de São José dos Campos, e a veterana banda TRASSAS.
Só vi a primeira música do Manger Cadavre?, e é de fato, empolgante o trampo dos rapazes e o vocal sinistrão que a Nata faz. Espero ter outra oportunidade de conferi-los ao vivo.

E que  mais sons assim rolem sempre, ótima iniciativa e a vibe positiva e de cooperação foi nítida. Aguardamos o próximo LADIES COMMAND!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

SPHC FEST XVII- Inferno Club - Augusta- 05/outubro/2014 - QUESTIONS, CHUVA NEGRA, DECEIVERS

Domingueira, dia de ruas cheias de imundícies eleitoreiras, aka panfletos e santinhos de candidatos. Dia triste para o estado de São Paulo, que consolidou mais uma vez o retrocesso ao eleger (reeleger) um governo que se apoderou há mais de 2 décadas do poder sucateando a educação ( posso falar disso pois sou professor do Estado). Porém, dia (noite, né) também de por alguns instantes, esquecer tal mazela, e celebrar o hardcore em mais uma edição do clássico festival SPHC FEST.
Não consegui chegar antes pra conferir as primeiras bandas, o "Dias de Mal Estar", direto de Curitiba, e o Escuro.


O meu brother Rogério (Art Till Death),disse que foi bem legal os shows de ambas as bandas, e com certeza vou procurar conhecer um pouco mais a respeito.
Não demorou muito e  o Deceivers , banda de Brasília, começou seu set arrasador, com uma pegada bem HCNY, me lembrando um pouco o Biohazard.

Quando conheci a banda, foi por meio de uma demo-tape que eu tenho até hoje, chamada Redrun, a pegada era bem Rap, naquela linha "metal Adidas" que consolidou bandas como Korn e Limp Bizkit, por exemplo. Mas em quase nada o Deceivers de 2014 me lembrou aquele da fita k7, a não ser pela energia, garra e disposição. Belo show, e que venham mais vezes pro estado da falta d'água.

O show acabou e os presentes já estavam ansiosos pelo grande Chuva Negra, banda que tem uma galera de responsa no cast, como o Chinho, que fez história no saudoso Full Heart.
Na vibe, mandaram sons de toda a carreira, com direito a serem aclamados pela galera, muito mosh e coros em todas as músicas.

O Inferno Clube estava cheio, mas bem transitável, quando a banda Questions, anfitriã da festa, subiu ao palco pra alegria dos presentes que atenderam ao chamado do vocalista Edu e chegaram ali pra perto da banda.

Antes do show começar, e várias vezes durante a apresentação do Questions, foi pedido que devolvessem o celular do DJ Marcio, que no intervalo mandou várias pedradas do R.A.P pra galera.
Infelizmente, o bang não apareceu, e isso fez com que o show, segundo palavras do próprio vocalista Edu,não fosse tão foda. Zuado num rolê assim acontecer o tipo de coisa que tantas vezes, se cobra de governos e etc. Mas fiquei sabendo que vai rolar um show pra juntar grana pra comprar um celular pro maluco, ideia da hora!

Tirando essa fita, pra mim o show foi demais, primeiro show do Questions que presenciei, lembrando que tenho em algum lugar perdido em casa, a demo-tape da More Beer, o "embrião" do que veio a se chamar posteriormente, o Questions.
Um evento foda que ,tirando a fita do celular, não teve nenhuma treta, ao contrário, o que se via era a galera curtindo, tomando uma breja de boa, ou sentado, ou dançando, e vivendo o espírito hardcore. Aquele lance que o próprio grupo versa na canção "Out of Society".
Que venham os próximos e que a chama nunca se apague.